domingo, 20 de abril de 2014
Relacionamentos são grandes estressores. Todo relacionamento interpessoal é carregado de muita expectativa e frustração, mas o relacionamento de casal, desde a paquera até o casamento, é especialmente associado à transtornos psicológicos como depressão e ansiedade.Normalmente os conflitos são cronicos e envolvem comportamentos repetitivos e agressivos.

As causas mais comuns para os desentendimentos dos casais são:

- Comportamentos inadequados por parte de um dos parceiros, como por exemplo abuso de drogas ou álcool, comportamento violento, etc.

- Traição por uma das partes.

- Dificuldade em expressar descontentamento, o que acaba sendo feito de forma a iniciar uma discussão, ao invés de resolver um problema.

- Situações que foge ao controle das partes como, perda financeira, morte na família, etc.

- Mudanças positivas mas que não estão sendo bem elaboradas como por exemplo, mudança para uma nova casa, promoção ou aumento salarial de uma das partes, etc.

- Crescimento pessoal de uma das partes não acompanhada pela outra, como por exemplo a conclusão de um curso, a inserção em novo grupo social, etc.

Traição

A traição é a situação de crise no casal que mais provoca dor e decepção. Não há uma só pessoa que possa dizer estar preparada para uma noticia referente à traição. Por mais que desconfie, por mais que o marido (ou esposa, namorada, etc) tenha dado sinais, ninguém segura com tranquilidade a informação de estar sendo traído. O ser humano simplesmente não foi feito para dividir afeto romântico. Nós dividimos o afeto do amigos, do filho, até de parceiros apenas sexuais algumas pessoas conseguem dividir com tranqüilidade, mas o amor que une duas pessoas com a finalidade de formar uma família e manter uma vida de união não faz parte do tipo de afeto que dividiremos.

A melhor forma de reagir é: respire, pense e só depois fale alguma coisa. O problema será piorado caso a parte traída seja impulsiva e der vazão a toda sua raiva. Em primeiro lugar entenda o que está acontecendo - isso não significa que você o desculpará, mas entender o porque da traição ajudará a se situar melhor. A culpa da traição é apenas de quem traiu. Já ouvi muito as duas partes e é comum o traidor considerar seu ato responsabilidade da outra parte. Talvez ele considere que se sua esposa (ou marido) "esfriou", trabalha demais ou seja lá qual tenha sido a situação que fragilizou o relacionamento do casal, ele tenha o direito de manter outro relacionamento. Não, não tem o direito. O incrível é que muitas vezes a parte traída se sente culpada, chega a passar horas, dias e semanas pensando no que errou. Mesmo que tenha errado, ninguém é perfeito, mas é muito injusto culpar a vítima. Cada um é dono de seus atos. As duas partes podem, e devem, avaliar o quanto desejam retomar este relacionamento ou se esta crise significa o fim da relação. Não há respostas prontas, qualquer decisão é uma boa decisão - o pior é não fazer nada e sofrer continuamente com o remoer do ocorrido. A parte traída tenderá a ter sentimentos confusos, pois não quer perder a pessoa que pensava ter ao seu lado. A parte que traiu tende a considerar que "nunca mais trairá novamente", mas muitas vezes esta é uma promessa feita sem muita consistência, pois se houve a traição o gatilho deste ato deve ser eliminado ou ele retornará ao comportamento que muitas vezes ele mesmo condena.  O psicólogo é mais do que bem vindo para ser intermediador de uma nova comunicação necessária a este casal.
quinta-feira, 20 de março de 2014
Comportamentos auto-destruidores
As pessoas felizes, saudáveis psicologicamente são diferentes dos outros, e não são diferentes na aparência física, não são diferentes porque moram em lugares diferentes, nem são diferentes por causa da conta bancária. São diferentes porque vivem bem, são felizes. Não é que não tenham problemas, mas os felizes também têm:
- Capacidade de lidar com os problemas, de enfrentar e supera-los.
- Capacidade de evitar comportamentos auto-destruidores
Exemplos de Comportamentos auto-destruidores
Queixas

Existem pessoas que gastam seu tempo se queixando, que não admitem que as coisas sejam diferentes da forma que gostariam que fossem. Estão se autodestruindo. Por exemplo: Seu chefe não é o cara legal que te escuta, que dá atenção àquela idéia ótima que você teve, ele só fica de conversinha com aquele inútil que chegou na empresa depois de você mas já foi até promovido. Você vai para casa arrasado e fica horas falando sobre esse bendito chefe para mãe, para esposa, para namorada. E não é só em relação ao colega de trabalho, se chove você se lamenta, se faz sol você morre de calor, se o transito está engarrafado você tem vontade de dar um grito. Ou seja, você não aceita a vida da forma que ela é. Você quer, e quer, que as coisas sejam diferentes.
E aí o que você faz? Nada, porque não dá tempo, nem energia para fazer mais nada, você se desgastou tanto sofrendo, se lamentando, que não tem nem cabeça nem combustível para lidar com essas coisas de um jeito melhor. Você não sabe o que fazer para eliminar esses entraves da sua vida. Quem tem mais saúde psicológica encontra o mesmo chefe que você, o mesmo transito, mas talvez você nem saiba que o chefe dele seja assim porque ele nem vai se queixar sobre o tal chefe, ele vai enfrentar saudavelmente.
Procrastinação

É a protelação. “Não vou fazer agora, sei que preciso fazer, mas amanhã eu começo”, e aí passa o dia se remoendo porque não foi fazer logo a tal da coisa que continua adiando até o limite da paciência de alguém. Essa mania de adiar as coisas, por incrível que pareça não se refere só as coisas chatas, não é só aquele relatório que seu chefe precisa, mas que você deixa para fazer no domingo à noite. Atividades de lazer são adiadas também. “Cinema? Semana que vem o filme ainda vai estar em cartaz. Dar uma caminhada? agora está sol, está garoando, está anoitecendo. Xiiiii... acabou o domingo e não fiz nada. De novo outra semana que só trabalho, trabalho e nada de me divertir! Que droga de vida!” Pois é. Que droga de vida que você está providenciando para você mesmo. Isso é autoflagelo. E por incrível que pareça não fazer nada é se autoflagelar. O ser humano precisa de movimento. Faz parte de nosso bem estar realizar coisas. Ficar estagnado te mata física e psicologicamente.
Dependência

Toda dependência te faz mal. É autodestruição. Mas veja bem nem sempre é fácil sair de dependência porque tem muita gente que gosta de ter você dependente. Pode ser marido inseguro que só se sente forte quando sabe que você não tem mais a quem recorrer. Pode ser amigos que se sentem lisonjeados por você precisar deles. Mas você só vai gostar de você, de verdade, quando souber que pode contar com você mesmo. O mais interessante é que a pessoa dependente também não permite que aqueles que ela gosta sejam independentes, não permite que façam suas próprias escolhas, se a amiga conhece outra amiga já fica com raiva e faz de tudo para que essa nova amiga suma do pedaço. Ou então é o pai ou mãe que faz chantagem emocional: “Tudo bem que você vai sair com seus amigos, não tem importância de me deixar em casa, se eu morrer a ambulância me leva”. Se você está fazendo isso, pare e pense no veneno que está destilando.
Falta de curiosidade

Curiosidade é saúde, querer saber mais, não se preocupar com estar fazendo certo ou errado, desfrutar de realizar coisas. Você perde oportunidades de ser mais feliz quando não deixa sua curiosidade fluir, passa horas ao lado de um dentista e nem perguntou para ele como é a vida de alguém que passa o dia com a mão na boca dos outros. Passa o dia com um cozinheiro e volta sem saber como ele se sente alimentando tantas pessoas por dia. Não perguntou por medo de ser inconveniente, medo de acharem sua pergunta ridícula, mas sinto muito, você perdeu a oportunidade de crescer, de viver curiosamente.
Medo de errar

Medo de errar é um grande indicador de autoflagelo. Quem tem medo de errar acha que o valor de uma pessoa está em fazer as coisas de forma perfeita. Ou seja, sua auto-avaliação vêm de fora. As pessoas é que te dizem o quanto você vale, se elas gostam de você, você sentirá que tem valor, se elas não gostam você acha que não vale nada. Não participa das coisas por ser divertido participar, participa porque precisa demonstrar desempenho. Isso não é vida.
Falta de aceitação

Não aceitar os outros como são. Me refiro àqueles que vivem dizendo o quanto e como as pessoas deveriam ser diferentes. O namorado jamais deveria ter rompido, não tem esse direito. A empresa não deveria ter mudado de endereço. A loja não deveria ter mudado a linha de produtos. Aquela pessoa jamais deveria usar roupa justa. O colega de trabalho não deveria virar a cara para ele. Ou seja, quem fica repetindo esses mantras de “não deveria”, “não podia ter acontecido”, fica paralisado - não está fazendo nada para mudar as coisas.
Aliás, tem muita coisa que não dá mesmo para ser mudada, você não vai mudar a cara do colega, muitas vezes você simplesmente não tem poder para isso. Então veja o tempo e energia que você está perdendo querendo, torcendo, se contorcendo porque o outro não é da forma que você gostaria que fosse. Na verdade, além de você não estar fazendo nada para mudar o outro, você não está fazendo nada de bom para você mesmo. Está é se envenenando.
Ajudar o outro a ser melhor não significa que sua missão deve ser de transformar todo mundo em cópias suas. Não aceitar outro é outro comportamento autodestruidor porque você só está fazendo mal para você mesmo. Viver em discussões, ser um debatedor, além de desgastante, é inútil.
Bairrismo

Bairrista é aquela pessoa que só se identifica e só se dá bem com quem é de seu grupo. Do grupo da igreja, do grupo da sua comunidade, do grupo dos orientais, dos ocidentais, etc. Ou seja, você não vê todas as pessoas como pertencentes ao seu grupo, que na realidade é o grupo da raça humana. Você divide em subgrupos e só se sente confortável com este grupo. Sinto muito mas isso tem outro nome. Preconceito! Valores locais são valores limitados. É um daqueles comportamentos que também te levam pro mal estar psicológico e você nem percebe o que fez consigo mesmo.
Ídolos
Ter heróis e ídolos é outra limitação. Colocar outros seres humanos acima dos demais é algo pouco inteligente. É claro que você pode reconhecer que uma determinada pessoa seja muito bom em filosofia, outro é expert em informática, o artista é excelente no palco. Mas nada disso os transforma em seres humanos melhores ou piores.
O oposto também é um veneno, ou seja a pessoa que tem a tendência de se sentir vitorioso a custa da deficiência do outro, por exemplo, ele não faz de tudo para ir bem na prova mas torce pro outro ir mal - para que assim acabe sendo o vencedor.
Falo também da pessoa que tem a forte tendência de ficar arrasada quando percebe que o outro tem mais privilégios - se torna razão de sua infelicidade. Exemplo: A pessoa percebe que o colega, ou o irmão, é mais simpático, mais divertido e as pessoas se conectam a ele com facilidade. Isso vira uma tortura. Vira a razão da sua infelicidade. Não aceita que o outro tenha sucesso.
Autopiedade

Autodesprezo. Quem sente  piedade de si mesmo não terá vontade de progredir, pois se acredita um coitadinho que não pode nada, não consegue nada. Por outro lado é claro que tem uma compensação em se sentir vítima. A vitima é protegida, é cuidada, e é claro que é gostoso ter esse conforto. Mas é um conforto limitador, é um conforto que não te ajuda a crescer. Quem tem vontade de crescer, e arregaça as mangas e vai à luta. Sabe que fazer isso é tratar bem de si mesmo.
Não rir

Desconfiem de quem não ri nunca, pois é bem provável que essa pessoa não esteja bem psicologicamente. Desconfie de você mesmo se você não ri, ou se quando ri está rindo do outro, e não rindo com o outro. O deboche, o ridículo não é uma forma saudável de se divertir. A pessoa que precisa humilhar alguém para rir está em sofrimento interno. Rir das pessoas é diferente de rir com as pessoas. Conhece aquele que perde o amigo mas não perde a piada, pois bem, emocionalmente ele não está nada bem.
Busca de aprovação

Outra forma de autodestruição é buscar aprovação dos outros para coisas que não te acrescentam em nada. Se você é do tipo que se incomoda e quer ter certeza se a roupa que está usando está boa, e só sai de casa depois que alguém disse que sua roupa está ótima. Se você se fica avaliando e reavaliando tudo o que diz, “será que ele gostou do que eu disse? Será que falei besteira?” sinto muito mas só o que você procura é aprovação das pessoas. E isso não te acrescenta nada.
Preocupação

Preocupação exagerada com limpeza e arrumação. Não vê a organização como um meio útil, mas como um fim, a organização pela organização, não para viver bem. E por causa dessa neurose organizacional não conseguem ser criativas. Ser saudável é saber relevar. É saber que se nem tudo está do jeito que você preferiria e nem precisa estar.
Censura

Censurar os outros. Perder seu tempo falando sobre o que o outro fez ou deixou de fazer, não falam com as pessoas, falam delas. Não faz, não realiza, só critica e se queixa.
Paralisia diante dos problemas
E a pessoa que fica totalmente paralisada diante de um problema? Envolvida até os ossos com questões que poderiam ser resolvidas facilmente. O garçom trocou o pedido e ela sofre o dia todo reclamando do garçom. O namorado deu uma mancada, trocou o nome dela pelo nome da colega de trabalho, e ela chega até a chorar “Como pode ele fazer isso comigo?” Ela se perdeu num bairro onde não costuma ir e pronto acabou o seu dia. Esse exagero de envolvimento emocional nos problemas é que envenenam sua cabeça. É o tipo de pessoa que luta lutas inúteis. Vai dormir com o problema e o pior, nem acorda com a solução. Leva os problemas para cama toda noite e coleciona ulceras.
Busca angustiada por diversão

Outro indicador de que a pessoa está em comportamento de autodestruição é a busca angustiada por festas e bares. Assim não se desfruta realmente de festa alguma. Falo daquele que está sempre com a cabeça em um lugar e o corpo em outro. Ele está na praia achando que na cidade é que seria bom, está no parque se lamentando pelo cinema que perdeu. Ou seja, parece que tem sempre uma festa muito melhor em outro lugar onde ele nunca está. Quando a pessoa está em equilíbrio tudo é interessante, ele não se cansa nunca de ver um pássaro voando, o por do sol é sempre maravilhoso. Todas as coisas ficam chatas se você não souber dar o olhar certo para elas e aprender a desfrutá-las.
Falta de amor com o próprio corpo

Aquele que não gosta de si mesmo e não cuidam do seu próprio corpo, come toda e qualquer porcaria, salgadinhos, doces e tudo o que não tem o menor valor nutritivo, não dá uma caminhada, nem um exercício. Destruindo o corpo, você destrói a cabeça também.
Preocupação com coisas impossíveis de serem alteradas

Alguns não se gostam porque são altos demais, são baixos demais, gordo, magro, careca e por aí vai. Passar a vida se lamentando por coisas que não tem como mudar é uma perda de tempo e de energia emocional. Quem está bem consigo mesmo vive com aquela verruga enorme na testa e ainda ri dela. Quem não consegue viver com sua verruga, sua ruga, seu suor, ou o que for, vai continuar vivendo, mal, vivendo mal, vai achar que sua felicidade depende de se livrar da tal da verruga, só que quando ele fizer isso, vai perceber que a infelicidade não estava na tal verruga, estava dentro da cabeça.
Quem é tranqüilo com relação a si mesmo tem tudo para ser tranqüilo com relação aos outros, ou seja não vê diferença entre as pessoas, nem de idade, sexo, nível social. Para ele, pessoas são pessoas. Sabe que o valor da pessoa não está no seu peso, no seu cabelo e nem em nada disso.
Necessidade em chocar ou agradar demasiadamente

Tem um comportamento que ninguém imagina que se refere à preocupação com os outros, mas é, falo da pessoa que quer chocar os outros, diz coisas fortes o tempo todo, se percebe que está deixando alguém sem graça é aí que ele continua com aquela conversa. Essa pessoa também está tendo um comportamento dirigido pelo outro e não por ele mesmo. Se o que você faz ou deixa de fazer é motivado pelo que o outro pensa de você, se o que você faz é motivado pela reação do outro, sinto muito, você é um refém emocional.
Da mesma forma, dizer o que acha que o outro quer ouvir, dizer coisas que não pensa, se violentar, comer o que não gosta só para não dizer que não lhe agrada aquela comida. Ir com amiga naquela loja horrorosa, tumultuada, perder o seu horário, se atrasar porque não consegue dizer que está na sua hora de sair. Tudo isso é autodestruição emocional.
Dificuldade em receber criticas

Tem aquele que se abala loucamente quando lhe dizem que errou no que fez, no que vestiu, no que disse. Se você está perdendo a presença de espírito quando não gostam de algo em você, significa que você tinha a pretensão de não errar nunca, de sempre agradar a todo mundo, e o pior, acha que a critica do outro é sempre uma verdade incontestável. Saiba que você não vai ser unanimidade nunca, sempre vai ter alguém do contra e outro a favor das suas idéias e das coisas que você faz, por isso não dá para se entregar a angustia de querer agradar sempre e agradar a todo mundo.
Culpa

A pessoa que não está bem psicologicamente se lamenta das coisas que se passaram com elas. Sente culpa pelo que fez, pelo que não fez, pelo que disse e pelo que não disse. E, além de se sentir culpa, aproveita todas as oportunidades para fazer os outros se sentirem culpa também, vivem dizendo “Você não tem vergonha?” “Porque não fez do outro jeito?” Se arrependem do passado, mas não aprendem nada com esse passado. Lamentam-se, mas não observam uma nova forma de fazer as coisas para que não precisem mais se arrepender. Quem perde essa energia toda se sentindo culpado não tem energia para fazer as coisas de uma forma melhor, nem de perceber que muitas vezes se culpam por coisas que não tem poder para mudar. Como por exemplo, já atendi casos de pessoas que se sentiam culpado quando um amigo passava necessidades financeiras e ele não ajudou, mas detalhe, este amigo não foi nem pedir auxilio e nem contou que precisava de ajuda, quando este meu paciente soube da necessidade do amigo o problema já estava resolvido, e em vez dele ficar feliz pelo problema ter se resolvido ele sentiu culpa por não ter ajudado. Mas nem precisou! Vejam o absurdo da coisa.
Tem gente que sente culpa porque alguém que estava na calçada à sua frente tropeçou. Porque é que ele não fez nada para que a pessoa não tropeçasse? Ou sente culpa porque o pai faleceu e não conversou muito com esse pai. Mas agora tem a mãe, o avô, que também não estão recebendo muito atenção. O que você faz? Espera para sentir culpa depois que não der mais tempo para nada?
Preocupação com futuro improvável

Perder tempo e energia com coisas que podem, ou não, acontecer no futuro: “Será que vale a pena estudar para o concurso? E se tiver muitas pessoas bem preparadas. E eu for reprovado”. E é claro que pensando assim você não vai estudar para concurso nenhum. “Será que vou naquele passeio, e se chover?” “Será que apresento minha idéia pro chefe, e se ele não der bola?” O rapaz solteiro diz: “Queria tanto puxar papo com aquela moça, mas e se ela não quiser conversar comigo? E se ela me achar um bobo?”
Conclusão

Para quem se prende a uma ou mais de uma desses comportamentos de autodestruição cada dia é um sufoco, um peso a ser arrastado. Cada problema o prende numa imobilidade emocional.
Se você quer se livrar dessa imobilidade emocional, pense em trabalhar os pensamentos que estão funcionando contra você.
Você está em processo de autodestruição? Quer uma mão para sair dessa? Pense em fazer sua psicoterapia. Em se conhecer melhor e aprender a funcionar melhor.
segunda-feira, 17 de março de 2014
É muito importante que você consiga ser coerente com seus valores. Não é não. Sim é sim.
Não seja cruel consigo mesmo e nem engane as pessoas dizendo “sim” quando seu sentimento está para “não”, no fundo você está se enganando. Você acaba se confundindo e nem você sabe o que quer. Muita gente tem essa dificuldade, concordam quando querem discordar.
Em psicologia a gente diz que estas pessoas têm dificuldade de auto-afirmação.
Situações na quais as pessoas demonstram dificuldade de auto-afirmação
- Comprar coisas que não quer porque não consegue falar NÃO para o vendedor.
- Não conseguir provar uma roupa e sair da loja sem comprar.
- Não devolver produtos adquiridos com defeitos.
- No cinema não é capaz de pedir para as pessoas respeitarem seu espaço, e engole aquele chato que fica batendo na sua cadeira ou falando alto.
- Amigos pedem coisas inadmissíveis, e para não perder o amigo, para não se indispor,  você acaba fazendo coisas ridículas como, por exemplo, ir à casa da ex deste amigo  pedir um disco de volta, coisa que você sabe que não devia fazer, que não quer fazer mas não consegue falar NÃO.
- Não recusar convites do chefe, de festinhas chatas, que você só vai para marcar presença, mas ele nem percebe que você esteve lá, e você não conseguiu dizer NÃO.
- Deixar que furem a fila na sua frente.
Ou seja, você “engole sapos” porque não consegue se colocar.
Alguns não falam NÃO nem quando estão sendo prejudicados
É possível que estas pessoas  tenham dificuldade em assumir o que pensam. O medo de ser mal compreendido é maior do que a necessidade em se defender. O medo de ser rejeitado pesa muito mais do que deveria. Medo de ser criticado, de não agradar. Tem gente que assume compromissos com quem não tem a menor afinidade só por medo de ficar sozinho, ou de magoar os outros.
No fundo o medo maior é da pessoa ser vista pelo outro como sem graça, como desinteressante. Esta é a famosa necessidade prejudicial de agradar.
Essas pessoas não estão percebendo o mal que estão fazendo para si mesmas, ou até percebem, mas simplesmente continuam assim porque não sabem como mudar.
É por isso que eu gosto da linha da terapia comportamental. Porque é uma terapia prática. O psicólogo trabalha no sentido de “treinar” novos comportamentos. Você precisa de treino para se colocar no mundo de uma forma mais objetiva e mais saudável.
Enquanto a pessoa não mudar ela vai achar que ela tem que dizer sempre SIM, pois ela pensa que isso garante que nunca será criticada por ninguém, pensa que terá aprovação sempre. Mas a gente sabe que isso é mentira. No fundo, o mundo não recebe bem aquele que diz “amém” para tudo.
Alguém gosta de pessoas que não sabem dizer NÃO
Só os aproveitadores gostam. Mas quem quer um aproveitador na sua vida? Quem tem essa dificuldade de auto-afirmação, não consegue perceber que ela pode dizer NÃO e ainda assim ser admirada pelo outro. Ela acha que é tudo ou nada. Se ela se negar a fazer um favor para o outro esse outro vai riscá-la do mapa. É por isso que essa pessoa precisa de um novo aprendizado. Precisa de orientação e mudar essa atitude.
Dificuldade em dizer a palavra NÃO tem a ver com auto-estima
Totalmente. Quando você concorda com o outro “só da boca pra fora” você se corrói por dentro. Ela abre mão de suas vontades e ainda por cima joga a responsabilidade no outro. Acha que os outros são extremamente exigentes, críticos, e injustos, mas muitas vezes é ela que é exigente com ela mesma, e não se permite um pouco de flexibilidade. No fundo esse comportamento de dizer SIM quando quer dizer NÃO é auto-proteção. A pessoa crê que está se defendendo de um mundo exigente. Mas vai ter uma hora em que ela vai perceber que ninguém consegue agradar a todo mundo o tempo todo, ninguém consegue. É nessa hora que a pessoa precisa de apoio, porque quando ela descobre que é impossível agradar a todo mundo o tempo todo ela cai em depressão, se desespera, tem crises de ansiedade, pode até desenvolver uma síndrome do pânico.
Esse é um excelente momento para buscar orientação. Você pode aproveitar essa chance, que é quando você se dá conta que não tem o poder de controlar a opinião do outro, não tem como controlar a reação do outro. Esse momento é importante, porque ou você se desespera com isso porque agora você vê que não dá para agradar a todo mundo ou você aprende que ouvir críticas pode não ser tão destruidor assim.
Perceba que os outros também não vão ser agradáveis o tempo todo, e tudo bem, não precisa.
Você tem o direito de ser afirmativo,  olhar nos olhos da outra pessoa e dizer “Não gostei do que você fez, por favor, não faça mais”. Veja que isso não é o fim do mundo. Ao contrário, isso resolve muita amargura guardada em um cantinho de sua mente.
Falar ou ouvir a palavra “não” é saudável e natural. Quando perceber isso você passa a ter mais disposição para cuidar de você mesmo.
Essa compreensão faz parte do processo de abandonar a meta impossível: de “ser perfeito”. Diga “sim” só quando você quer dizer “sim”. Porque é impossível agradar a todo mundo o tempo todo e você não precisa sentir culpa por isso. Medo de errar gera mais medo, e quanto mais medo... menos coisas você faz para sua própria realização.
Você tem que ter coragem para tentar acertar, isso te motiva para agir e atingir suas metas. Mas percebam que eu o termo “Tentar”. Se você perceber que você não é obrigado a acertar, você fica mais livre para continuar tentando, e com mais tentativas mais chance de acertos.
Pelé, nosso “rei” deu um belo exemplo, disse que só conseguiu fazer mais de 1280 gols porque  se permitiu errar milhares de vezes.
Não tenha vergonha dos seus sintomas, eu tenho 20 anos de experiência e sei que aquele problema que você acha que só você tem, na verdade acaba sendo muito mais comum do que você imagina. O importante é que você se trate e se sinta bem, realizado, tranqüilo e feliz! Conte com um psicólogo para aprender a falar 'não" na hora e do jeito certo.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Existe uma técnica de conversação que os praticantes de Programação Neurolinguística (PNL) adoram. Chama-se “Ressignificação”. Ressignificar é a arte e a técnica de transformar limão em limonada e usá-la numa caipirinha brasileira. Ressignificar é trocar a moldura dos eventos que acontecem conosco transformando-os de maneira a torná-los mais palatáveis, menos agressivos, mais úteis.

Se pode literalmente ressignificar qualquer evento das nossas vidas. Pode-se encontrar um significado melhor a algum evento limitante ou um contexto melhor onde o evento, mantido de jeito que é, pode ser útil. Exemplos: se alguém se queixa de timidez, pode-se dizer que isso vai evitar que esta pessoa se exponha ao ridículo em público.

Se alguém diz que esta velho demais, outra pode dizer que ela tem muito mais sabedoria e experiência do que os mais jovens. Se alguém se queixa de dor, outro pode dizer que o corpo dela esta emitindo um aviso para ela prestar atenção e tomar as devidas providências. O que para um é uma limitação, para outro é um desafio. Por isso um deficiente físico pode alcançar o topo do Everest enquanto pessoas inteiras e saudáveis se consideram incapazes.

O filho que muitas vezes não limpa o quarto e fica vendo televisão ,   significa que está em casa.

A desordem que você tem que limpar depois de uma festa em casa, significa que você estive rodeado de familiares e amigos  .

As roupas que estão apertadas em você, significa que você tem mais do que o suficiente para comer.

O trabalho que você tem em limpar a casa,  significa que você tem uma casa.

A filha rebelde que não obedece significa que vai ser alguém resistente a propostas indecorosas e abusos.

As queixas que você escuta acerca do governo, significa que você tem liberdade de expressão.

Quando você não encontra estacionamento, significa que você tem um carro para estacionar.

Os gritos das crianças na vizinhança, significa que você ainda pode ouvir.

O cansaço no final do dia, significa que você pode trabalhar.

O despertador que lhe acorda todas as manhãs,  significa que você ainda esta vivo.
sábado, 7 de abril de 2012

 
Estes dias me deparei com um interessante artigo atribuído a Airton Luiz Mendonça.

O autor nos chama à atenção o fato que o cérebro humano mede o tempo pela observação dos movimentos.

Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio, você começará a perder a noção do tempo.

 



Outro dado: Nosso cérebro é extremamente otimizado.

Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. Por isso, a maior parte dos pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muita energia e atenção para compreender o que está acontecendo.

É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai colocando suas reações no modo automático e ”apagando“ as experiências duplicadas.

Por isso parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e os Natais chegam cada vez mais rapidamente. Depois que você aprendeu algo e isso passou a ser rotina, o evento perde valor temporal. Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir -as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. 

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... rotina.

 

A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo:   M & M  (Mude e Marque).

 Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.

Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no  seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas. Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).

Faça festas, visite parentes distantes, entre na universidade aos 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.

Escolha roupas diferentes. 

Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. 

Seja diferente.



Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos..... em outras palavras...... V-I-V-A.  !!!

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Cerque-se de amigos.

 Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.
sexta-feira, 30 de março de 2012
Você pode não ter o poder de escolher que tipo de adversidade você terá que enfrentar em sua vida. Mas a forma como você vai reagir a cada uma dessas adversidades é uma decisão que está apenas em suas mãos.  Além de ser uma demonstração de maturidade, só o ingênuo acha que vai conquistar as coisas mais importantes em suas vidas sem algum sacrifício ou perda significativa em sua vida, sucesso não é um fim, mas um caminho a ser percorrido.

Pra você ter uma ideia de como isso é sério e, infelizmente muitas pessoas levam a vida de forma aleatória, cada escolha é como se fosse a escolha de um caminho e cada caminho obviamente leva a um diferente lugar e a diferentes resultados.  A maioria das pessoas espera demais por certezas absolutas e comprovações de que vão conseguir aquilo que querem, mas não há como se ter certeza na maioria das vezes, tomar uma decisão importante é começar sem muita ideia, tendo a flexibilidade necessária para saber os resultados que se está obtendo.

Lamentar, reclamar, murmurar, sentir-se vítima, autopiedade, revolta, culpar terceiros, dentre outras escolhas do tipo, fazem parte de um pacote básico e corriqueiro de uma maioria que prefere tudo isso a assumir para si a responsabilidade. Se você não se sente no controle da sua vida, pode ter certeza que outra pessoa pode acabar o tendo.  Sair da sua zona de conforto é o primeiro grande passo para uma vida diferente. Não espere ter dinheiro, ter tempo, ter idade ou outro recurso qualquer para começar o seu caminho em busca do seu objetivo, encarar a dor da perda e da frustração como punição com certeza é agravar algo que poderia ser tomado como informação valiosa e útil na busca das suas metas.

Aprender, superar-se, não ser refém das emoções, avaliar os seus erros de forma pedagógica, assumir sua responsabilidade com dignidade, ser grato independentemente das circunstâncias, perseverar, dentre outras possibilidades, tudo isso é parte de um comportamento comum encontrado no dia a dia das pessoas que fazem o mundo acontecer.

Nossas escolhas estão mudando a nossas vidas a cada evento, seja para melhor ou para pior. A pergunta que não quer calar é: Para onde as suas escolhas estão lhe conduzindo?
quinta-feira, 29 de março de 2012
Tem gente que cresceu ouvindo:
. Vc não presta pra nada!
. Vc não tem jeito!
. Vc só me dá desgosto!
. Quero que vc morra!
. Vc é uma praga!
. Por que vc não some daqui?

O tempo passa, a vida muda, mas lá no fundo, ainda existe uma ferida aberta e uma grande lacuna e dúvida sobre sua própria identidade.

Matar o pai ou a mãe dentro de si, como se ele(s) não existisse(m), não resolve. Nutrir rancores só adoece ainda mais a ferida, mas fazer de conta que nada aconteceu e tocar a vida pra frente, convencendo-se que o tempo cura, é nada mais que um analgésico pra alma, mas na verdade, o câncer continua ali, matando vc a cada segundo.

Mesmo depois de adulto, a fase da auto-piedade, fazendo-se de coitado ou de vítima, é uma perda de tempo. Não se engane! Vc é o único autor de sua própria história. Ninguém mais pode escrever os capítulos da aventura de sua vida, a não ser você mesmo.

Você quer saber se eu tenho um conselho? Sim, eu tenho, mas sei muitos vão se acovardar em colocá-lo na prática e vão optar em continuar fugindo.

Vc pode perguntar, mas isso já passou, o que eu posso fazer? Vc pode fazer algo simples e poderoso. Algo que vc vai tentar se convencer que não adianta nada, mas só de pensar em executar, vc vai tremer dos pés a cabeça. Isso porque tem um poder extraordinário, ainda que vc tente se convencer que seja inútil...

Vá até ele(s), pessoalmente, sente a mesa, olhe nos olhos, e diga:

Pai, mãe ou ambos: "Eu vim aqui pra fazer algo muito difícil pra mim. Pra fazer algo que há anos está preso dentro de mim, me machucando, corroendo minha paz. Eu vim aqui pra falar de coisas do passado, mas não pra cobrá-los de nada, pra acusá-los de nada. Tenho certeza que vcs fizeram o que estava a seu alcance ou o que estava dentro de sua visão ou educação ou simplesmente escolheram. Eu vim aqui pra falar sobre as coisas que vc(s) me disse(ram), me fizeram, sobre o que aconteceu (especifique cada coisas calmamente e peça a eles que não falem nada e somente ouça. Faça isso sem agressividade ou mágoa. Se chorar, continue). Como eu disse, eu não vim aqui pra cobrar nada. Eu vim aqui pra perdoar vocês. Eu vim aqui pra dizer, olhando em seu(s) olhos, que eu perdoo vocês. A partir de hoje, isso não tem mais valor pra mim e independentemente de vocês reconhecerem ou não suas falhas, eu perdoo vocês."

Você não tem idéia do poder de sentar, olhar nos olhos, falar claramente "eu perdoo vocês", do poder dele(s) ouvirem isso, do poder do confronto, do poder do marco na vida das pessoas envolvidas, sem cobranças, sem acusações, sem orgulho, simplesmente por uma decisão: Perdoar.

Muitos, por optarem em considerar que a outra parte não merece esta atitude, por orgulho, ficam escravos do passado, presos na mágoa, no rancor, produzindo substâncias cancerígenas em seu organismo por falta de perdão e não saem do lugar. Tornam-se zumbis ambulantes, mortos vivos, a amargura em forma de ser humano.

Perdoar é conquistar a liberdade. É um benefício maior para quem perdoa do que para quem é perdoado.

A simples iniciativa, sentar, olhar nos olhos e falar abertamente e de forma audível: "EU PERDOO VC", tem um poder impressionante de cura das feridas invisíveis que estão dentro de você. Em alguns casos, produzem efeitos extraordinários na outra parte. Mas não precisa esperar isso. Escreva a sua história. Se para a outra parte não mudar nada, deixe que eles escrevam a história deles. Mas a sua, a partir deste momento, será outra, livre para avançar e sem nenhuma âncora no passado.

Os desafios da vida já são grandes o suficiente para que vc não carregue nada do passado. Perdoe.

Lucas Froner

Coach e Analista Comportamental, certificado pela Sociedade Brasileira de Coaching, Practitioner em Programação Neuro-Linguística ( PNL ) pela Dolphin Tec, e Formado em Hipnose Condicionativa, pelo Instituto Brasileiro de Hipnologia